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Governo Bolsonaro espionou aliados políticos e delegado de caso Marielle, diz TV

Carlos Bolsonaro

A Agência Brasileira de Inteligência (Abin) espionou ex-ministros e até aliados do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), além de um delegado que atuou na investigação do assassinato da então vereadora do Rio de Janeiro Marielle Franco.

A espionagem é investigada pela Polícia Federal (PF) e teria ocorrido durante a gestão Bolsonaro.

O ex-diretor-geral da Abin Alexandre Ramagem (PL-RJ), que hoje é deputado federal, chegou a ser alvo de uma operação da PF em janeiro.

Uma lista de políticos e autoridades monitoradas ilegalmente pela PF foi divulgada na noite de sexta-feira (2) pelo Jornal da Band.

De acordo com a reportagem, foram espionados os ex-ministros Abraham Weintraub (Educação), Anderson Torres (Justiça), Flávia Arruda e o general Carlos Alberto dos Santos Cruz, que ocuparam a Secretaria de Governo.

Santos Cruz apoiou Bolsonaro na eleição de 2018, mas rompeu com o então presidente cerca de seis meses após sua posse.

Os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso, Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes também teriam sido monitorados.

O ex-governador de São Paulo João Doria (PSDB) está na lista de autoridades espionados divulgada pelo Jornal da Band. Doria também apoiou Bolsonaro, mas rompeu com ele enquanto ainda governava São Paulo.

O atual ministro da Educação, Camilo Santana (PT), também foi espionado. O ministro Alexandre de Moraes escreveu em decisão que autorizou buscas no gabinete de Ramagem, que a PF flagrou um agente da Abin monitorando a residência de Santana com um drone quando ele ainda era governador do Ceará.

As investigações da PF ainda apontam, segundo a Band, que a Abin monitorou ilegalmente o deputado governista Kim Kataguiri (União Brasil-SP) e o ex-deputado Alexandre Frota. Também teria sido alvo de monitoramento o ex-presidente da Câmara, Rodrigo Maia.

Senadores teriam sido espionados: Otto Alencar (PSD-BA), Rogério Carvalho (PT-SE), Omar Azis (PSD-AM), Humberto Costa (PT-PE), Alessandro Vieira (MDB-SE), Renan Calheiros (MDB-AL), Simone Tebet (MDB-MS), Soraya Thronicke (Podemos-MS) e Randolfe Rodrigues (sem partido-AC).

Caso Marielle

Investigações da PF também indicam que a Abin teria monitorado as investigações do caso Marielle.

Reportagem do jornal O Globo publicada no sábado (3) informa que o delegado da PF, Daniel Rosa, que trabalhou no caso, teve dados levantados pela agência.

Moraes, em decisão, já escreveu que uma promotora que atuou no caso, Simone Sibilio, estaria na lista de espionagem ilegal.

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