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No 8 de março, foco dos movimentos será salário e combate à violência e ao conservadorismo

8 de março dia de luta

Os movimentos e coletivos feministas já estão concluindo os preparativos para as manifestações do Dia Internacional da Mulher, no próximo oito de março.

Este ano, temas como valorização do salário mínimo, combate à violência e enfrentamento ao conservadorismo devem pautar as atividades.

Este foi o assunto da entrevista desta sexta-feira(03) do programa Central do Brasil, com a participação de Rejane Medeiros, integrante da Marcha Mundial das Mulheres. Ela descreveu os principais assuntos que devem atravessar as mobilizações do oito de março este ano.

“Nós temos muitas urgências. Para nós, a valorização do salário mínimo é muito importante porque vai fortalecer aumento da renda, o enfrentamento às desigualdades e à fome”, destacou, relembrando a importância da renda neste período de retomada da economia.

O combate à violência contra a mulher também será central nas manifestações. Ela explicou que os movimentos devem pautar o fortalecimento das campanhas de comunicação e também das políticas públicas mais efetivas.

“Nesse último período, nós tivemos um ataque considerável, nós tivemos um aumento da violência. E esse tema é muito caro para o feminismo. Precisamos reforçar enfretamento à violência e a preparação de políticas públicas, de ações que trabalhem a prevenção, porque nesse contexto do avanço do conservadorismo enfrentar a violência contra a mulher é fundamental.”

Diante dessa agenda de luta ampla, Rejane afirma que a mobilização tem que ser permanente.

“As mulheres tiveram um protagonismo nas ruas e nas lutas e tiveram um papel fundamental na mudança de governo. Por isso, fortalecer a democracia é muito importante. É a partir da democracia que a gente garante a participação efetiva das pessoas e garante que as pessoas sejam ouvidas. Nós, mulheres, queremos ser ouvidas”, explicou

Rejane relembrou das batalhas nas ruas contra a aprovação da Reforma da Previdência e Trabalhista, citando o protagonismo das mulheres, e apontou que o desafio permanece,  mesmo com a vitória do presidente Lula nas últimas eleições. Ela explica que movimento conservador permanece organizado e exigirá ampla resistência do campo progressista.

“O debate da democracia está na pauta deste oito de março. Nós vivemos um momento de avanço do conservadorismo e estas forças conservadoras estão organizadas. Nós temos que nos manter nas ruas, e o governo tem que realizar ações que fortaleçam um país e um governo democrático”

Já uma reportagem de Lucila Bezerra, direto de Pernambuco, mostra iniciativas de coletivos e movimentos para garantir dignidade menstrual para as mulheres mais pobres.

Segundo dados da Agência Tatu, 4 em cada 10 mulheres no Nordeste são afetadas pela pobreza menstrual. Este dado representa milhares de mulheres em toda a região que não possuem acesso a itens de higiene menstrual.

Edição: Rodrigo Durão Coelho

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