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O aprendiz de tirano fugiu, o fogo não foi debelado/ por Carlos Lima

O fogo ainda existe

É de amplo conhecimento que a democracia nasceu em Atenas. Dizer que as manifestações de bolsonaristas em frente dos quartéis é um ato patriótico, democrático e de liberdade de expressão, é a mais pura demonstração da falta de identidade cultural e respeito ao seu significado que é: “governo do povo”.

O povo escolhe, elege pela maioria. Os bolsonaristas perderam, sua formação política, manipulada, autoritária com vieses fascistas, se rebelaram de forma imbecilizada na tentativa de reverter o processo democrático e manter no poder um sociopata.

Negando a democracia representativa Bolsonaro sonhou em permanecer no governo tendo como aval as Forças Armadas, sendo presidente é o comandante do aparato bélico do país.

Distribuiu entre coronéis e generais cargos e ministérios. No relacionamento político com o povo, priorizou os mais ricos, o Agronegócio, mineradores, madeireiros e grandes conglomerados da indústria e do comércio, além dos rentistas, principalmente da maior empresa nacional, a Petrobrás.

O caminho estava aberto para uma reeleição ou um golpe de Estado. Se não fosse incompetente, prepotente, homofóbico, genocida, mentiroso e com posições neonazistas, para infelicidade do Brasil teria conseguido. Não soube nem disfarçar.

Mesmo assim conseguiu surpreender indo para o segundo turno das eleições. Mas não resistiu ao estadista Luiz Inácio “Lula” da Silva.

Hoje, sexta-feira, 30 de dezembro, véspera do encerramento do seu mandato, Bolsonaro fugiu às 13h e 45min, em avião da FAB para Orlando, Flórida nos EUA. Abandonou todos os bolsonaristas acampados nas portas dos quartéis. Eles, também conhecidos como “buchas de canhão”, marionetes,  realizaram ações violentas no dia da diplomação do presidente eleito, em Brasília, agora estão sendo presos, procurados pela PF e serão processados, julgados e condenados, infalivelmente terão outro domicílio, a cadeia.

Bolsonaro toma Wisky em Orlando.

Essa página da história do nosso país está virada melancolicamente. Teremos que conviver com mais de 700 mil pessoas mortas pela Covid-19, com mais de 500 mil mortes que poderiam ter sido evitadas se Bolsonaro não fosse o presidente. Ele matou mais que os conflitos armados já enfrentados pela nação.

Para 2023 espero que o presidente LULA consiga uma solução de equilíbrio entre ricos e pobres com ações democráticas progressistas, mantendo a coexistência de instituições com pontos de vista classistas, sabemos que esse caminho é sinuoso, não impossível. Já nos livramos das mãos de um aprendiz de tirano. A hora é de reconstrução.

No momento tenho algumas preocupações, seria prematuro contextualizar. A principal fica por conta do Ministério das Comunicações, de importância relevante em qualquer governo, principalmente em um país que politicamente se analisa dividido. Os vícios do governo anterior podem dificultar e até mesmo sabotar o que se instala.

O futuro tem que ser construído, vamos em frente.

Carlos Lima

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