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O país que os coxas queriam “de volta” é o de Temer e seus corruptos

Coxinhas mor

“Não há nada de errado com as pessoas pobres”, disse. “O problema do Brasil são as pessoas ricas”. Um Datafolha do mês passado sobre a eleição presidencial de 2018 serve para ilustrar essa questão.

Em todos os cenários, Jair Bolsonaro oscila entre 6 e 8% das intenções de voto, atrás de Marina, Lula e um genérico do PSDB (Aécio, Serra ou Alckmin).

O detalhe, já notado por Fernando de Barros e Silva na Piauí: JB é o predileto entre os que têm renda familiar mensal superior a 10 salários mínimos, correspondentes a 5% da população. Num dos cenários, ele abocanha 23% das preferências.

No nosso programa com a TVT, o filósofo Vladimir Safatle comentou esse retrato fascista: “O que salva esse país são os mais pobres. Se dependesse dos ricos, já teríamos nos transformado em algo da ordem das aberrações”.

Já viramos, na verdade, essa aberração (ou sempre fomos?). Depois de sete ministros envolvidos na Lava Jato, Cunha comandando tudo, um líder do governo envolvido em tentativa de homicídio, um presidente interino dando guarida a essa escumalha — fica mais evidente do que nunca que os protestos coxas nunca foram contra a corrupção.

O silêncio diante do descalabro ético é uma admissão de que os “manifestantes” trabalharam para que outro grupo, muito bem representado na foto de Michel no Planalto, assumisse para roubar com anuência e aprovação tácita deles.

São cúmplices e tão ladrões quanto o time de Michel. Basta ver a ficha do líder do MBL, Renan Santos, que deve 5 milhões de reais à Justiça e reponde a mais de sessenta processos.

As panelas desse pessoal não baterão, eles não convocarão manifestações, eles não sairão do sofá contra os corruptos porque são corruptos deles. Vale, no máximo, um muxoxo. Um “puts, que chato”.

O ódio foi personificado em Dilma e, especialmente, em Lula, o “nordestino bêbado”, acusado de fomentar a guerra de classes entre ricos e pobres numa inversão que encontrou ressonância entre animais que fantasiaram um mendigo de “petista” para rir dele na Paulista.

O que eles queriam, como se lia num dos cartazes mais populares nas ruas, era o país deles de volta. Conseguiram. A recuperação da economia, que na fantasia reaça viria no momento em que Dilma pisasse fora do Planalto, não aconteceu.

O dólar sobe, a Bolsa continua no mesmo lugar. E agora? E agora nada. O culpado era o garçom do Palácio do Planalto, Jorge Catalão, um “infiltrado” do petismo. Ele já foi sumariamente demitido. Agora a coisa vai dar certo.

Kiko Nogueira

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