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Vacinação contra a Poliomielite, campanha termina sexta-feira (30)

A Campanha Nacional de Vacinação contra a Poliomielite para crianças de um a menores de cinco anos termina nesta sexta-feira (30). O objetivo da ação que começou no dia 5 de outubro é vacinar aproximadamente 11,2 milhões de crianças em todo o território brasileiro.

Até a última segunda-feira (26), no entanto, apenas quatro milhões foram vacinadas contra a paralisia infantil. A menor cobertura foi registrada entre as crianças de três anos de idade, e a maior, entre as crianças de dois anos.

Em relação aos estados, a maior cobertura se deu no Amapá (62,59%), seguido por Paraíba (50,11%), e a menor ocorre em Rondônia (11,76%). De todos os municípios brasileiros, apenas 232 (4,16%) atingiram a meta de 95% de crianças vacinadas, segundo o Ministério da Saúde.

Para os estados que não atingirem a meta, a recomendação é que a vacinação siga durante todo o ano nos mais de 40 mil postos de saúde espalhados pelo país.

Nesse sentido, segundo o secretário de Vigilância em Saúde, Arnaldo Medeiros, a não vacinação pode levar à “formação de bolsões de pessoas não vacinadas, possibilitando a reintrodução do poliovírus”, modificando um cenário consolidado desde 1994.

Naquele ano, o Brasil recebeu a Certificação de Área Livre de Circulação do Poliovírus Selvagem, da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS).

Lembrando que a vacinação é o único caminho para evitar a poliomielite, doença que não possui tratamento. A vacina oferecida pelo Sistema Único de Saúde (SUS) tem eficácia entre 90% e 95% e protege até contra três tipos do poliovírus.

Multivacinação

Paralelamente à campanha, também ocorre a ação de multivacinação que visa atualizar a situação vacinal de crianças e adolescentes menores de 15 anos, oferecendo todas as vacinas do calendário nacional de vacinação.

Todas as vacinas são oferecidas pelo SUS, garantindo à população o acesso gratuito à prevenção de doenças e fazendo do Brasil referência mundial em vacinação.

A ação de vacinação ocorre paralelamente ao movimento antivacina, que tem como um de seus expoentes no Brasil o próprio presidente Jair Bolsonaro.

Em meio à pandemia de covid-19, que já matou mais de 1,1 milhão de pessoa em todo o mundo, e à busca por uma cura, o capitão reformado diz não entender os motivos da pressa para descoberta e aplicação de uma vacina.

ele, “todo mundo diz que a vacina que menos demorou até hoje foram quatro anos. Eu não sei por que correr em cima dessa”.

O movimento global antivacina foi considerado uma das dez maiores ameaças à saúde, pela Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2019, pelo impacto que pode ter: “o risco é de perpetuação de infecção e de surtos por conta dessas pessoas que pertencem a esse movimento absolutamente sem pé nem cabeça que é o movimento antivacinal”.

No Brasil, o movimento contra vacinação trouxe o retorno de doenças como o sarampo, que estava erradicada no país até 2016. Em 2019 foram registrados cerca de 18 mil casos e, até o dia 1º de agosto deste ano, foram aproximadamente sete mil registros e cinco mortes de crianças.

Edição: Daniel Lami

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