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Estudante de medicina espancou ator Victor Meyniel após ter a sexualidade exposta

Yuri de Moura Alexandre e Victor Meyniel

O ator Victor Meyniel foi violentamente agredido no último sábado por ter exposto publicamente a sexualidade do seu agressor.

Segundo a advogada Maíra Fernandes, que defende Meyniel no âmbito criminal, o artista perguntou, na portaria do prédio, se “ninguém sabia” sobre a orientação sexual do estudante de medicina Yuri de Moura Alexandre. Durante o espancamento, Yuri teria afirmado: “Eu não sou viado [sic]. Você é que é”.

A pergunta de Meyniel foi motivada por uma série de comportamentos incomuns de Yuri ainda no apartamento onde passaram algumas horas na madrugada de sábado, após deixarem a boate Fosfobox, na Zona Sul do Rio. Segundo a defesa do ator, ele e Yuri teriam se conhecido na porta da boate, por volta das 4h, e decidiram ir para o apartamento do agressor.

No apartamento, ainda segundo a defesa de Meyniel, o ator e o agressor teriam consumido bebidas alcoólicas e trocaram beijos e carícias.

Com a chegada de uma colega de Yuri, por volta das 7h30, o comportamento dele teria mudado bruscamente. O encontro, que, segundo Meyniel, transcorria bem, se tornou uma sequência de atitudes hostis por parte de Yuri.

uando decidiu ir embora, o ator conta que foi violentamente empurrado para fora do apartamento.

Seu calçado, no entanto, ficou lá dentro. Nesse momento, o agressor teria buscado o par de sapatos, aberto a porta e arremessado o calçado contra Meyniel, que desceu pelo elevador social.

Sem ser visto pelo ator, Yuri também desceu, utilizando o elevador de serviço, e eles se encontraram no térreo.

No local, os dois discutiram sobre a mudança de comportamento, e Meyniel teria perguntado, em seguida, se “ninguém sabia” que Yuri é “gay”. O porteiro do prédio presenciou a cena e a sequência de agressões começou em seguida.

Após a agressão, Meyniel fez exame de corpo delito no Instituto Médico Legal e recebeu atendimento na Unidade de Pronto Atendimento (UPA).

Os policiais prenderam o agressor em flagrante momentos após o crime. No momento da prisão, ele teria se identificado como médico da aeronáutica. Depois, negou, afirmando ser médico residente.

Por conta disso, foi autuado pelos crimes de lesão corporal, injúria por preconceito e falsidade ideológica.

Um boletim de ocorrência também foi aberto por conta da conduta do porteiro, que teria se omitido ao não prestar socorro ao ator.

“A vítima foi ouvida, os agentes analisaram imagens de câmeras de monitoramento e realizam demais diligências para elucidar os fatos”, disse a Polícia Civil do Rio de Janeiro por meio de nota.

Justiça converte prisão em preventiva
A Justiça do Rio converteu em preventiva nesta segunda-feira (4) a prisão em flagrante do médico.

Na decisão da audiência de custódia, o juiz Bruno Rodrigues Pinto citou a “extrema violência” de Yuri, que “aparece desferindo vários socos contra o rosto e a cabeça da vítima, que, mesmo caída no chão e tentando tapar o rosto para se defender, continua sendo brutalmente agredida pelo custodiado”.

De acordo com o magistrado, o episódio “se deu, em tese, por questões ligadas à orientação sexual, atitudes que precisam ser impreterivelmente repudiadas”.

RPP

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