O maior estudo brasileiro já feito sobre o uso da hidroxicloroquina em pacientes com sintomas leves ou moderados de covid-19 atestou aquilo que a Organização Mundial de Saúde (OMS) e outros órgãos internacionais já haviam apontado: a droga não tem eficácia no combate contra o novo coronavírus.
A conclusão é de uma pesquisa feita pela coalizão liderada pelos hospitais Albert Einstein, HCor, Sírio-Libanês. Moinhos de Vento, Oswaldo Cruz e Beneficência Portuguesa, pelo Brazilian Clinical Research Institute (BCRI) e pela Rede Brasileira de Pesquisa em Terapia Intensiva (BRICNet).
O estudo foi realizado com 665 pessoas em 55 hospitais brasileiros.
Os pacientes foram divididos, por sorteio, em três grupos: em um (217 pacientes), foram medicados com hidroxicloroquina e azitromicina.
Em outro (221), receberam só a hidroxicloroquina.
No terceiro (227), eles foram acompanhados apenas com suporte clínico – sem receber nenhuma das duas drogas.
O resultado dos três estratos foi semelhante: 15 dias depois, 69% do primeiro, 64% do segundo e 68% do terceiro já estavam em casa sem limitações respiratórias.
O número de óbitos também foi parecido em todos eles: cerca de 3%, de acordo com a coalizão.
No último domingo, 19, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) encontrou apoiadores em frente ao Palácio da Alvorada, separados apenas pelo espelho d’água. No breve encontro, Bolsonaro falou sobre a pandemia do novo coronavírus e exibiu uma embalagem de hidroxicloroquina, que foi saudada pelos presentes. (C. Livre)
Vivi pra ver uma caixa de remédio ser tratada como o Simba do Rei Leão pic.twitter.com/oCTFcVYc8C
— Samuel (@SamPancher) July 19, 2020