Em recente entrevista ao programa Giro das Onze, da TV 247, o sociólogo português Boaventura de Sousa Santos analisou diversos aspectos políticos e sociais, tanto no Brasil quanto internacionalmente.
“Vivemos em sociedades politicamente democráticas, mas socialmente fascistas”, afirmou o sociólogo, destacando uma dicotomia presente em muitos países.
No contexto brasileiro, ele apontou para a influência das igrejas conservadoras, que, segundo ele, “criaram formas de sectarismo, dogmatismo e ressentimento que veem os adversários como inimigos”.
Boaventura destacou ainda que “o ressentimento não permite que as pessoas enxerguem as melhorias concretas do governo Lula”.
Ele ressaltou a posição de destaque internacional do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas também alertou para os desafios internos que o líder enfrenta.
“Lula hoje é o líder mais respeitado do mundo, mas internamente sofre derrotas e humilhações”, enfatizou o sociólogo, apontando para um cenário complexo na política brasileira.
Ao abordar a esfera legislativa, Boaventura de Sousa Santos observou que “o parlamento está dominado pelo capital financeiro”, sugerindo uma influência desproporcional dos interesses econômicos sobre as decisões políticas.
Sobre questões econômicas, ele criticou o neoliberalismo, descrevendo-o como “a transferência de riqueza dos pobres e das classes médias para os ricos”.
O sociólogo argumentou que esse sistema está globalmente organizado e que qualquer desobediência é punida.
Por fim, Boaventura de Sousa Santos concluiu que “a esquerda precisa voltar às favelas e periferias”, sugerindo uma necessidade de maior engajamento político e social nas camadas mais marginalizadas da sociedade.
