Adriano Ceolin, do Estadão, diz que o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, pediu à presidente Dilma Rousseff para ela sancionasse sem vetos a lei que previa o financiamento empresarial de campanhas eleitorais.
“Dilma, porém, disse a Cunha que não poderia enfrentar uma decisão do Judiciário.”
A Presidenta tem pela frente o risco que representa o ódio que, a esta altura, Eduardo Cunha deve estar nutrindo por ela.
Não apenas por conta do que ele acha ser um “conluio” do Executivo com o Judiciário para tirar o dinheiro das campanhas, como pelo processo a que irá responder no STF.
Mas há mais: o fato de Dilma estar conseguindo sucesso numa rearticulação com o PMDB do Rio de Janeiro, tanto com o Governador Pezão, quanto com Eduardo Paes, Sérgio Cabral e até com o homem forte da máquina do partido, Jorge Picciani, ex-lider da dissidência “Aezão” nas eleições e que hoje se desmancharam em elogios à Presidenta.
Claro, com um candidato até agora pouco expressivo à Prefeitura e dependência total do Governo Federal para entregar as obras para as Olimpíadas, tudo o que Paes e o PMDB querem é uma aliança com o PT que deixe os candidatos do PSOL e da Rede de Marina – e está na cara que o deputado Alessandro Molon foi para lá para ser candidato – praticamente sem tempo de televisão.
Parece ter andado no assunto um dedo de quem sabe fazer política de articulação, um doce para quem adivinhar quem pode ser.
Cunha vai engolir o sapo e esperar a hora em que puder devolver, quando puder e, sobretudo, se puder.
Porque o tempo político está passando para ele muito rapidamente, desde que, há um mês, Janot o denunciou ao STF.
Adriano Coelho