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As diversas Bahias ambientais/por Marialvo Barreto

Mandacaru

Aqui vou hoje falar de duas Bahias profundamente diferentes, uma que dá orgulho e outra que causa vergonha:

1a – A que dá orgulho: a atuação dos órgãos de fiscalização ambientais na Chapada Diamantina, que monitora tudo, são celeres, mobiliza parte da sociedade, faz boas parcerias e etc.. Monitoram os rios, a vegetação, a fauna e impedem lavras clandestinas causadoras de impactos ambientais.

Assim vão preservando aquele ambiente e as águas que drenam para os Rios Paraguaçu, Contas, Jacuípe, Itapicuru, Paramirim e outros, asseguram o abastecimento de água potável p a metade dos baianos, inclusive para as duas maiores cidade, Salvador e Feira de Santana;

2a – a que causa vergonha: a ausência de fiscalização ambiental na região de Feira de Santana. Aqui se aterra lagoas, se loteia dentro de lagoas, joga sangue do matadouro dentro da barragem de Pedra do Cavalo, através do Riacho das Panelas, aqui ainda tem feira de pássaros na feira da Estação Nova, aqui se vende caças moqueadas no centro de abastecimento – na área das barracas de fumo, etc.

Ainda aqui temos o absurdo do represamento do histórico Riacho de São José, em duas localidades, que levou a sua morte a jusante, sendo que estas represas não tem licenciamento ambiental.

A primeira represa está na fazenda Nova Delhi. A segunda, pasmem, foi absurdamente feita pela Prefeitura de Feira na Lagoa de São José, no Distrito de Maria Quitéria. Certa feita procuramos a promotoria estadual e chegamos a ir aos locais, mas nada prosperou.

O prejuízo além de ambiental, vaza para o socio-econômico, pois quando no leito do riacho a água corria, havia fartura de peixes e garantia do líquido para os animais.

Certo dia contei este fato do riacho de São José para um irmão meu que é empresário do ramo agroflorestal na Chapada Diamantina e ele ficou estarrecido de não ter punição e as devidas aberturas das represas. E disse:

“Se eu fizer uma represa aqui nestas condições (sem licenciamento), saio preso na hora”. Respondi triste que em Feira pode.

Não consigo entender o por quê de tanta diferença na fiscalização entre as duas regiões.

Mas como sou otimista vou torcer muito para que aqueles fiscais Chapadeiros venham atuar em nossa Feira, porque os daqui parecem não gostar de agir de ofício.

Marialvo Barreto, Geógrafo.

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