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CONTEMPLAÇÕES

No ritmo da chuva

Aprendamos com o ecossistema a nos emocionar, apreciando seus fascínios e mistérios, a dança das estações, a luz tênue do sol no entardecer e o som sedutor da chuva que cadencia o amar no gosto seu e dela num culto a paz interior. Daí, a beleza que será vista nas coisas, é reflexo interior.

Afinal, é preciso conhecer detalhes dos ritmos para o nosso bem-estar, contemplando a natureza que nos mostra o caminho da cooperação para a vida existir, estreitando laços entre gerações no resgate dos saberes.

E a sensatez é virtude ligada à sabedoria, dom de discernir entre o bem e o mal, agindo com prudência e fugindo das surpresas, pois sempre há empecilhos no caminho, tal qual a pedra saída dum mundaú que ceifou planos de quem se fiava seguro e que, não devia se permitir surpresas diante das expectativas anunciadas.

Assim como uma ferida na pele pode infeccionar se não tratada, o acúmulo de emoções leva à ansiedade e à depressão devido o crescer do cortisol que promove o estresse e traz mudanças na frequência cardíaca. A vista disso, quem reprime emoções tende a utilizar estratégias para lidar com o que sentem e acabam perdendo de si.

Logo, veneremos nossas emoções sentindo-as para aprendermos a lidar. Porém, existe quem não consegue se ver reconhecendo seus traços positivos e negativos, concluindo por ter uma visão irreal de si, afastando-se das tentações quando, enfim, descobre a  inverdade  de pecar por pensamentos.

Tal qual uma mulher fiel a toda prova que sente o insistente olhar de um admirador. Tomada de improviso, se perturba e, se cônscia da própria beleza, sentirá complacência e, ao ser atingida no foro íntimo de sua consciência, crer estar pecando naquele momento de perturbação que a faz acariciar-se por um desejo suscitado, imaginando-se num vislumbre fugidio, outra vida, outro amor.

Coisa que, cada um de nós, muitas vezes fulgura em pensamentos diante dos trejeitos de uma beldade insinuante que nos demove da fidelidade jurada. Daí, ideias inconfessáveis assopram os fulgores que, pensando bem, não há pecado diante dos assaltos do pensamento.

Feira de Santana, 3 de março de 2024.

Jessé da Costa Primo∴ membro da Loja Maçônica Luz e Fraternidade 14.

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