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Ministro da Defesa consegue saída honrosa junto ao TSE,

Há tempos defendo a hipótese que o esperneio do Ministro da Defesa, general Paulo Sérgio, em relação às urnas eletrônicas, era apenas a ansiedade por uma saída honrosa para o imbróglio em que se meteu, avalizando as loucuras de Bolsonaro.

O então presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Ministro Luis Roberto Barroso, cometeu a imprudência de incluir as Forças Armadas na comissão de avaliação das urnas.

Provavelmente, os técnicos do Exército pretenderam uma exibição de conhecimento, quando montaram a lista com 40 observações.

Aí entrou o elemento político. Bolsonaro utilizou a lista para desacreditar a urna, os técnicos do TSE responderam desacreditando a lista e criou-se o impasse.

Jejuno em política, o general Paulo Sérgio assumiu a defesa dos seus, endossou as teorias conspiratórias de Bolsonaro, e acabou alvo não apenas de críticas, mas de chaco

Jejuno em política, o general – que até então tinha fama de sujeito ponderado -, tentou desesperadamente uma saída honrosa com o Ministro Luiz Edson Fachin, uma reunião, uma mera reunião que fosse, na qual o TSE acatasse qualquer sugestão das Forças Armadas. Seria a saída honrosa.

Acontece que Fachin e seus colegas carregavam na biografia o recuo ultrajante, de se dobrar ao tuiter do general Villas Boas. Bateu o pé e não aceitou sequer receber o general.

E o general se deu conta de que o jogo político é um pouco mais complexo do que uma ordem unida.

Agora, Alexandre de Moraes deu a saída. Aceitou uma reunião geral e acatou uma das reivindicações das FFAAs. E o general Paulo Sérgio pode, enfim, gozar do alívio explícito de sair desse atoleiro em que se meteu.

Sorte dele é que Stanislaw Ponte Preta já morreu.

Mas o gesto de Paulo Sérgio afasta definitivamente o risco de um golpe com as Forças Armadas.

Luis Nassif

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