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Convivendo com as divergências/por Carlos Lima

As divergências políticas

Não sei bem, mas ouvi em relato de que alguns recalcados e subservientes dizem que politicamente sou intolerante.

Não fiquei ofendido, na realidade, sou.

Sou intolerante com corrupção, mentiras, injustiças, desigualdades, perseguições, racismo e todo e qualquer comportamento que demonstrar discriminação e violência contra a vida racional e irracional.

Essa minha intolerância vem se aprimorando ao longo do tempo e consequentemente faz parte de meu ser.

Acredito essa anônima qualificação, tem origem em pessoas desprovidas das mínimas condições de lidar com diferentes modos de pensar. Além de serem altamente capacitadas na condição de enriquecimento rápido e ilícito.

A política é uma necessidade de vida. Tem que ser estudada, analisada, praticada e discutida.

Não podemos deixar que outros pensem por nós. Caso aconteça, ficaremos às margens, ou seja, tocados como gado. Esse é o desejo de uma minoria que detém o maior poder econômico do país e dos enóforos que saciam suas sedes de poder.

Defender nossas opiniões nem sempre significa conquistar novos amigos. Pelo contrário. Mesmo assim, considero melhor do que reproduzir frases, aplaudir fascistas, milicianos e genocidas.

Já afirmei, e vou repetir: caso não goste da minha opinião e não se sinta capacitado para o diálogo, com uma discussão limpa, não o faça. me exclua. Porque receberás o mesmo tratamento que dispensares.

Ainda não consegui assimilar o ensinamento de Jesus Cristo, dando a outra face. A “ELE” perdão, eu rogo.

Hoje estamos vivendo o Brasil do ódio.

De um lado se dizem verde-amarelo e quem não estiver com essas cores é vermelho.

Não há espaço para o conhecimento, questionamento, racionalidade, ou ponderação, transformaram verdade em mentira, mentira em verdade.

Hoje li concordei com o comentário do historiador Leandro Karnal, professor Doutor na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Que diz:

“As plataformas e aplicativos de redes sociais na Internet se transformaram em um dos principais fronts de discussão entre grupos opostos. Mas nem sempre as discussões se fixam na troca de ideias, na exposição de argumentos, e não são raras as vezes em que viram mera troca de insultos. As pessoas não discutem, elas adjetivam. No momento em que elas dizem ‘petralha’ ou ‘coxinha’ elas pararam e interromperam o fluxo racional, elas negaram ao outro a capacidade de ser (…) Atrás de uma pessoa que não tolera sua opinião política, esbraveja e baba, existe alguém que sente um temor imenso que seu mundo, ou o que ele imagina que seja seu mundo, desabe”.

“Classificar alguém com um adjetivo ou substantivo que se torna uma ofensa é uma tentativa de isolar esta pessoa e impedir o diálogo”.

“É um problema quando eu apenas adjetivo, quando saio da capacidade discursiva e retórica de ouvir”, completa, enfatizando a importância do debate para própria capacidade de raciocinar.”

“Nós devemos sempre debater, mas quando alguém arregalar os olhos, gesticular bravamente, salivar, afaste-se lentamente e concorde, porque nunca devemos tocar tambor para maluco dançar. Agora se não for isso, se alguém estiver expressando sua opinião, discuta com essa pessoa, mas lembre-se que não dá para salvar todo mundo da sua própria ignorância”, comentou Karnal.

Na realidade vive-se dois Brasis.

Carlos Lima.

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